A história, em seu formato tradicional, tem o poder de nos transmitir uma imagem quase intocada de heróis e figuras ilustres, distantes das imperfeições humanas que nos definem. Heróis e reis, navegadores e conquistadores, muitas vezes nos chegam embalados em respeito reverente, como se suas vidas e ações fossem dirigidas por um destino sublime, imune aos desvarios da carne e ao tumulto das emoções. Mas, e se olhássemos para essas figuras não como ícones intocáveis, mas como seres humanos que, como nós, estavam à mercê da paixão, do desejo e das fraquezas que definem a nossa condição?
É exatamente esse o desafio que este livro se propõe a enfrentar. “Amor e Paixão na História de Portugal” é uma viagem ousada, quase irreverente, por entre os eventos e personagens que moldaram a nossa história, mas que são aqui revisitados sob a luz crua e humana da paixão e da ambição. Não há espaço para o heroísmo intocável ou para a grandeza imutável. Pelo contrário, as figuras que protagonizam as páginas deste livro são despojadas da sua armadura de reverência histórica e expostas na sua vulnerabilidade, como qualquer um de nós.
Nasceste em pleno Chiado,
Foste menino mal-amado,
Cedo transplantado e enteado…
Decerto terás mijado na cama
Até tarde.
Só as freiras irlandesas de Durban
É que poderiam testemunhar.
Para não falar do padre confessor
E das reguadas nas nádegas!…
Ficaste impotente com as mulheres
E assustavam-te os homens
Com os seus modos rudes e reles.
Então desforravas-te com os heterónimos…
Fernando Lemos: criação cem por cento lisboeta.
Marinheiro – um poema em cada porto.
Coração escaldante, pena de atleta.
Sem poesia de que nos serve o corpo?



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